IGP-DI cai 0,41% em fevereiro de 2024 e IGP-M cai 0,52% em fevereiro de 2024.

IGP-DI cai 0,41% em fevereiro de 2024

Destacam-se as variações significativas em produtos como o minério de ferro, que passou de um aumento de 2,27% para uma redução de 4,94%.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)  caiu 0,41% em fevereiro. No mês de janeiro, a taxa havia sido de -0,27%. Com este resultado, o índice acumula queda de -0,67% no ano e de -4,04% em 12 meses. Em fevereiro de 2023, o índice havia variado 0,04% e acumulava elevação de 1,53% em 12 meses.

“O índice ao produtor apresentou uma nova queda, com um espectro mais amplo de itens influenciando esse movimento. Destacam-se as variações significativas em produtos como o minério de ferro, que passou de um aumento de 2,27% para uma redução de 4,94%, o milho, que mudou de um leve acréscimo de 0,07% para uma queda de 5,27%, e o arroz, que foi de um crescimento de 3,72% para uma diminuição de 4,18%. Apesar desses recuos, a redução geral do Índice de Preços ao Produtor (IPA) não foi mais acentuada devido à elevação nos preços de itens como os ovos, que saltaram de uma queda de 4,86% para um expressivo aumento de 12,97%, e o leite in natura, que viu seu preço crescer de 0,39% para 4,35%”, conforme apontou André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Qual o valor do IGP-DI acumulado em 12 meses?

Com este resultado, o índice acumula queda de -0,67% no ano e de -4,04% em 12 meses.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
fev/24 – 0,41% – 4,04%
jan/24 – 0,27% – 3,61%
dez/23 0,64% -3,30%
nov/23 0,50% -3,62%
out/23 0,51% -4,27%
set/23 0,45% -5,34%
ago/23 0,05% -6,91%
jul/23 -0,40% -7,47%
jun/23 -1,45% -7,44%
mai/23 -2,33% -5,49%
abr/23 -1,01% -2,57%
mar/23 -0,34% -1,16%
fev/23 0,04% 1,53%

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,76% em fevereiro. No mês anterior, o índice havia registrado queda de 0,59%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,57% em janeiro para 0,50% em fevereiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo bens de investimento, cuja variação passou de 0,33% para -0,87%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,19% em fevereiro, após subir 0,18% em janeiro.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,18% em janeiro para -0,17% em fevereiro. O principal responsável pela taxa menos negativa do grupo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -5,80% para 0,74%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,34% em fevereiro, ante queda de 0,30%, no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 2,70% em fevereiro, após baixa de 1,12% em janeiro. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: minério de ferro (2,27% para -4,94%), milho em grão (0,07% para -5,27%) e mandioca/aipim (5,76% para -0,54%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: soja em grão (-11,28% para -10,02%), leite in natura (0,39% para 4,35%) e cana-de-açúcar (-1,33% para -0,16%). 

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,55% em fevereiro. Em janeiro, o índice subiu 0,61%. Duas das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (2,59% para -1,17%) e Alimentação (1,54% para 1,06%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: cursos formais (6,65% para 0,00%) e hortaliças e legumes (10,08% para 5,75%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (-0,17% para 0,87%), Despesas Diversas (0,19% para 2,05%), Habitação (0,10% para 0,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,30% para 0,56%), Vestuário (-0,27% para 0,34%) e Comunicação (0,13% para 0,43%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: gasolina (-0,66% para 2,60%), serviços bancários (0,09% para 3,51%), aluguel residencial (-1,24% para 2,98%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,04% para 0,95%), roupas (-0,34% para 0,33%) e mensalidade para TV por assinatura (-0,37% para 1,47%).

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,13% em fevereiro, ante 0,27% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (0,07% para 0,20%), Serviços (0,62% para 0,04%) e Mão de Obra (0,48% para 0,05%).

Núcleo do IPC e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,42% em fevereiro, 0,05 pontos percentuais acima do resultado apurado no mês anterior, de 0,37%. Dos 85 itens componentes do IPC, 37 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 25 apresentaram taxas abaixo de 0,13%, linha de corte inferior, e 12 registraram variações acima de 0,73%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 65,48%, 1,61 ponto percentual acima do registrado em janeiro, quando o índice foi de 63,87%.

O que é o IGP-DI?

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), é um indicador do movimento de preços que há mais de seis décadas serve às comunidades econômicas nacional e internacional como termômetro de inflação no Brasil. 

Para que serve?

O IGP-DI está estruturado para captar o movimento geral de preços através de pesquisa realizada nas áreas de cobertura de cada componente, durante o mês calendário, isto é, do primeiro ao último dia do mês de referência. Nessa pesquisa, cobre-se todo o processo produtivo, desde preços de matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos preços de produtos intermediários até os de bens e serviços finais. 

Como é utilizado?

Do ponto de vista da utilização, o propósito inicial do IGP era indicar as fases do ciclo econômico, deflacionando a antiga série de evolução dos negócios. Mais adiante, o IGP-DI teve seu papel de deflator estendido às Contas Nacionais. Com a introdução da correção monetária no Brasil, em 1964, intensificou-se a utilização desse índice em diferentes operações financeiras, especialmente reajustes contratuais.

Além de indicador econômico, o IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. O IGP-DI também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral. É natural, portanto, que haja por parte dos usuários o interesse em conhecer, em profundidade, os aspectos relacionados à metodologia de cálculo deste índice.

Como é calculado?

Quando da inclusão do ICC no cálculo do IGP-DI, convencionou-se que os pesos de cada índice componente corresponderiam a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais. Daí resultou a seguinte distribuição: 60% para o IPA, 30% para o IPC e 10% para o ICC (INCC).

A escolha destes pesos tem a seguinte explicação:

  1. Os 60% representados pelo IPA-DI equivalem ao valor adicionado pela produção de bens agropecuários e industriais, nas transações comerciais em nível de produtor;
     
  2. Os 30% de participação do IPC-DI equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo;
     
  3. Quanto aos 10% complementares, representados pelo INCC-DI, equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil.

Diferença entre IGP-DI, IGP-M e IGP-10

O IGP-DI é uma das denominações do IGP. O que muda entre o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M (e suas prévias) é o período de apuração do índice.

  • IGP–M, pesquisado entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência;
  • IGP–10, entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência;
  • IGP–DI, entre o 1º e o último dia do mês de referência;

IGP-M cai 0,52% em fevereiro de 2024

Especificamente, os mercados da soja e do milho revelam uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%.

Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M)  registrou uma variação de -0,52% em fevereiro, demonstrando uma redução em relação ao mês anterior, quando apresentou uma alta de 0,07%. Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,45% no ano e de -3,76% nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2023, o índice tinha registrado taxa de -0,06% no mês e acumulava aumento de 1,86% em 12 meses anteriores.

“Apesar do El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional. Contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação. Especificamente, os mercados da soja e do milho revelam uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%”, destaca André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Qual o valor do IGP-M acumulado em 12 meses?

O valor acumulado nos últimos 12 meses se depara com uma queda de -3,76%.

Mês de
referência
Evolução
Mensal
Acumulado
12 meses
fev/24 -0,52% -3,76%
jan/24 0,07% -3,32%
dez/23 0,74% -3,18%
nov/23 0,59% -3,46%
out/23 0,50% -4,57%
set/23 0,37% -5,97%
ago/23 -0,14% -7,20%
jul/23 -0,72% -7,72%
jun/23 -1,93% -6,86%
mai/23 -1,84% -4,47%
abr/23 -0,95% -2,17%
mar/23 0,05% 0,17%
fev/23 -0,06% 1,86%

(Portal FGV)